A tecnologia nos amedrontou e nos desafiou, mas permitiu a continuidade do ensino (mesmo com diversas dificuldades). Todavia, é hora de (re)começar, não por meio de telas do celular, mas face a face, ainda de máscaras, sem (re)conhecer totalmente os rostos uns dos outros. Com a pandemia, professor e aluno migraram de uma realidade para outra e, agora, retornam à primeira, ou não seria bem “primeira”…
Pois bem, não só os docentes tiveram de ser resilientes; muitos alunos desenvolveram a resiliência, também a duras penas. Os docentes precisaram se reinventar, estudar e treinar muito para lidar com as mídias on-line e seus aplicativos fantásticos, mas nada foi muito fácil para quem estava mais habituado com meios mais convencionais, como o Power Point. Precisou-se, enfim, inovar para o ensino não parar. Os alunos, já mais ousados, “sofreram” um pouco menos nesse aspecto, mas tiveram muitas dificuldades na adaptação do sistema remoto devido à falta de recursos tecnológicos, espaços em casa, resolução das atividades, feitas, na maioria das vezes, pela tela do celular, entre outros.
Nesse percurso, nem todos conseguiram seguir o poeta Carlos Drummond, “não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas…”. Por exemplo, os alunos do ensino superior puderam se ancorar em alguns benefícios de trancamento de matrícula que permitiam um prazo a mais para retomar os estudos. No caso da Fatec, por exemplo, a Instrução CESU – 03, de 1º-7-2020 homologou o Trancamento Covid-19, durante, apenas, o período de aulas remotas. Já os alunos do ensino fundamental e médio não tiveram “direito” a esse tipo de trancamento, por se tratar da educação básica, e tiveram que seguir, recebendo suporte de cada unidade escolar, apoiada por órgãos que a regem; no entanto, nem sempre o nivelamento atinge igualmente a todos, por diversos fatores.


Há números alarmantes salpicados em todas os setores da sociedade, resultantes da crise sistêmica provocada pela covid-19.

Alguns índices são extremamente negativos, como os relacionados à Educação. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), de 2012 a 2021, a nota técnica “Impactos da pandemia na alfabetização de crianças”, do “Todos pela Educação”, aponta que, de 2019 a 2021, houve um aumento de 66,3% no número de crianças de 6 e 7 anos de idade que ainda não sabiam ler nem escrever. Ao lado desse, há outros números promissores, quando pesquisas apontam a necessidade exorbitante de profissionais na área de Tecnologia da Informação – TI. Ambas as situações nos convocam a uma postura ainda mais humana e responsável – é urgente o ensino!
Não podemos negar que nós, docentes, aprendemos muito sobre tecnologia, que os alunos, mesmo de casa, foram nossos tutores em muitas aulas e é chegada a hora de (re)começar, apropriando-nos de tudo que nos foi oferecido, fazendo o balanço do que levaremos para a sala de aula, “pegando nas mãos”, tanto para suprirmos a demanda como para impulsionarmos o que está em alta e acudir o que está em baixa. Saint-Exupéry afirma que “na vida, não existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções”. Assim, a tríade “professores, alunos, lousa/tecnologia” vai com a força de sempre desbravando o que é urgente solucionar!

  • Prof. Me. Alessandra Manoel Porto
    alessandra.porto@fatec.sp.gov.br
    Docente Fatec Jales – fatecnologia@fatecjales.edu.br
  • Sandra C. Pedrini Martino
    f171adm@cps.sp.gov.br
    Diretora de Serviços Administrativos – Fatec Prof. José Camargo – Fatec Jales

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