Vivenciando o mês de agosto, a cada ano temos a oportunidade de retomar a temática vocacional. Neste ano de 2023, a Igreja do Brasil vive o 3º Ano Vocacional com o tema “Vocação: Graça e Missão”, e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”. Uma oportunidade inspirada no texto dos discípulos de Emaús (Cf. Lc 24,32-33), para cada pessoa humana, à Luz do mistério de Cristo, poder descobrir e compreender sua vocação.
A cada domingo deste mês coloca-se em ênfase uma vocação específica, ajudando a compreender que todos somos vocacionados. Deus chama cada um pelo nome e coloca uma missão no coração de cada um. A vocação dos ministros ordenados, no primeiro domingo, com o “Dia do Padre”. A vocação ao matrimônio, no segundo domingo, com o “Dia dos Pais”. A vocação à vida religiosa, no terceiro domingo, “Dia dos religiosos e religiosas”. A vocação dos leigos e leigas, no quarto domingo, com o “Dia do Catequista”.
Essa diversidade das vocações descortina que somos um povo de vocacionados e vocacionadas. Todavia, é muito importante que cada um se sinta vocacionado, passe pela oportunidade de se perguntar: “Qual a minha vocação? O que quero ser no futuro? A que quero dedicar minha vida?”. Estas perguntas, acima de tudo, remetem-se aos adolescentes e jovens, idade e fase da vida propícia para sonhar e pensar sobre o futuro. “O coração de cada jovem deve ser considerado ‘terra sagrada’, portador de sementes de vida divina (…). A juventude, fase do desenvolvimento da personalidade, está marcada por sonhos que vão tomando corpo, por relações que adquirem cada vez mais consistência e equilíbrio, por tentativas e experimentações (…). Nesse período da vida, os jovens são chamados a projetar-se para frente sem cortar suas raízes” (Texto Base do Ano Vocacional, n 75).
É próprio do adolescente e jovem sonhar com o seu futuro. Pode parecer, em algum momento, que são sonhos imensuráveis, irrealizáveis ou em outros momentos o ímpeto e o ânimo levam a um caminho de concretização, a um caminho de realização. Para tal, é necessário e importante um Projeto de Vida, deixar-se questionar, refletir, pensar e planejar o futuro de forma estruturada. Hoje em dia, os adolescentes e jovens já estão mais habituados a esta terminologia, e começam a receber suporte pedagógico da escola e orientação de docentes e profissionais.
Trabalhar o Projeto de Vida é começar a construir uma trajetória pessoal, é colaborar para que o mundo juvenil, as muitas “juventudes”, possam ser ajudadas a abrir-se a um futuro melhor. É acreditar na juventude e, como ensina o Papa Francisco, o acompanhamento dos jovens terá ainda mais êxito se descobrirmos e incentivarmos o protagonismo juvenil (Texto Base do Ano Vocacional, n 77).
Trabalhando habilidades e construção de planos para o futuro, não é loucura propor aos jovens o seguimento a Cristo. Seguir uma vocação cristã. Um sim para a vida consagrada ou presbiteral de total entrega. O Cristo passa e chama na normalidade da vida. “Não há alegria maior que arriscar a vida pelo Senhor! ” (Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2019). É uma decisão para sempre e que compromete toda a vida.

Pe. Edvagner Tomaz da Cruz
(Reitor do Seminário Diocesano de Jales e Paróquia São Luiz Gonzaga, padroeiro da juventude)

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