Você já deve saber que setembro é conhecido mundialmente como o mês de prevenção ao suicídio. Desde 2003, como parte da campanha “Setembro Amarelo”, o dia 10 desse mês coloca em discussão esse assunto sério, que ainda é um tabu na sociedade e que, muitas vezes, não desperta o interesse que deveria nos grandes veículos de comunicação.
O que você não deve saber é que, todos os dias, mais de 40 brasileiros tiram a própria vida, número muito superior a doenças como a aids e diversos tipos de câncer. Outros dados indicam que a taxa de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021: foram 16.262 registros, uma média estarrecedora de 44 por dia, contra 14.475 suicídios de 2021.
Com esse editorial, convidamos o leitor a refletir: como é possível identificar que uma pessoa esteja planejando tirar a própria vida e como posso fazer para ajudar?
Especialistas afirmam que, na grande maioria das vezes, o indivíduo dá sinais de sua intenção, mas para perceber esses sinais é preciso ouvir quem está por perto. E, como se tornou difícil ouvir na era do imediatismo e das redes sociais, aqui vão algumas sugestões.
Observe sinais como: guardar uma grande quantidade de remédios, comprar armas, ter pendências por resolver, dar algo de muito valor para alguém que gosta muito. Uma pessoa que já tenha tentado tirar a própria vida também precisa de mais atenção.
Caso veja alguma dessas bandeiras vermelhas, busque entidades como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende pessoas em momentos de crise suicida. Basta ligar 141 sem preocupação, já que eles não identificam as chamadas e os atendentes voluntários nunca perguntam o nome da pessoa.
O atendimento não aconselha, dá opiniões, ou julga. Ali, as pessoas fazem o que é preciso: escutam. E apenas caso a pessoa peça, eles indicam locais específicos e gratuitos em que é possível conseguir ajuda.
Comece esquecendo tabus referentes ao suicídio e ajude quem precisa. Por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio sempre foi visto como “pecado”, e a busca de auxílio psicológico um indício de “loucura”. É preciso perder o medo e a vergonha de falar sobre esse importante problema de saúde pública.
Ouvindo suas aflições, suas dores e acolhendo, será possível salvar vidas, evitar o destroçamento de famílias e reforçar nosso papel de comunidade na sociedade. Nós, como um veículo de comunicação, continuaremos informando, e essa é a semente que plantamos. Cabe a nós despertar a atenção e o amor que esse assunto demanda, ajudando a transformar esta vulnerabilidade em uma fortaleza, diminuindo ao máximo esta dor na sociedade.

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