Tenho certeza de que o trabalho principal do Deonel, o jornalismo, é conhecido de todos. A paixão e habilidade com que ele o realizava nunca deixou dúvidas. Mas eu gostaria de lembrar um outro trabalho que ele carregou por décadas, mesmo sem uma ampla visibilidade: a formação de novos jornalistas. Como fui um deles, posso dizer que as oportunidades e as lições que ele passou a gerações inteiras de novos jornalistas não têm preço – e era assim que ele as tratava. Ao lado dele, cobri desde obras da prefeitura até greves nacionais, antes mesmo de entrar para a faculdade. Foi ele também quem me deixou escrever sobre shows, festivais e entrevistar artistas pela primeira vez, um rumo que segui por quase 20 anos. Deonel nunca questionou as pautas que eu propunha – não porque elas fossem ótimas, mas porque ele era curioso o bastante para querer ler sobre os interesses de outros públicos, conhecer novas visões. Espero que cada um que tenha tido o prazer de trabalhar com ele se sinta inspirado a replicar essa dedicação, cordialidade e amor ao jornalismo. Esse é maior legado que ele nos deixou.
Paulo Terron

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