• Giana Rodrigues

Ao longo das décadas, o jornal passou a ser mais do que um veículo de comunicação, é também um documento histórico.
Fonte incontestável para historiadores e pesquisadores, o JORNAL DE JALES que circula há ininterruptos 52 anos foi nas últimas semanas base de dados para pesquisa que está sendo coordenada pelo professor Dr. Alessandro Lemos de Oliveira, que atua no campus de Votuporanga do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).
O projeto intitulado “Diagnóstico de potencial de Indicação Geográfica(IG) para a uva de Palmeira D’Oeste”, aprovado em setembro de 2023 pela Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia do Instituto Federal de São Paulo (Inova-IFSP), tem como objetivo fundamentar a elaboração do pedido de registro de IG para a cidade de Palmeira, possibilitando futuramente que outras cidades da região noroeste possam seguir pelo mesmo caminho.
Folheando os muitos arquivos que encontrou, professor Alessandro disse que as informações mais antigas obtidas nos impressos são datadas de 25 de dezembro de 1972, com a reportagem as “Uvas de Urânia” em que o J.J. apresentou um breve histórico do cultivo da uva naquela cidade.
Além das matérias publicadas pelo JORNAL DE JALES, as pesquisas estão sendo realizadas em fontes como livros que tratam da fruticultura paulista, documentos técnicos da CATI, Comunicados Técnicos da Embrapa, artigos científicos e conversas com produtores de uva da região.

BENEFÍCIOS
“Esse reconhecimento que o projeto busca é uma certificação que pode agregar valor ao produto e à terra, assim como aconteceu com as vinícolas no Rio Grande do Sul”, afirma o pesquisador. O potencial de benefícios da Indicação Geográfica (IG) a produtores inclui a melhoria da qualidade dos produtos, o ganho de mercado a partir da identificação de consumidor e o reconhecimento nacional e internacional, entre outros.
“O processo é lento, estamos na fase de pesquisas das provas materiais a respeito da produção de uva na região. Com todo esse material em mãos, a cooperativa local dá andamento na certificação, podendo expandir também para municípios vizinhos como Marinópolis e São Francisco”, conta o pesquisador.
Ainda segundo o professor que esteve na redação do JORNAL DE JALES por vários dias, hoje a cidade Palmeira D’ Oeste produz o dobro de uva se comparada à produção de Jales: “na safra 2021/2022, sua produção foi de quase 9 toneladas de uva, tendo correspondido a mais de 55% da Regional Jales-SP, que inclui 22 municípios no total”, concluiu.
Em um futuro próximo, nada impede que Jales faça o processo de IG também, através de algum agricultor ou cooperativa local.
A articulação do projeto envolve o IFSP, Sebrae Votuporanga, CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, a prefeitura de Palmeira D’ Oeste e a cooperativa da cidade, COOAPALM. “Sendo aprovada a documentação, o Instituto oferece apoio e orientação para confecção do projeto”, finaliza o coordenador da pesquisa, que continua buscando mais informações e conta também com a colaboração dos leitores, deixando seus contatos: (63) 98116-9724 – e-mail: alessandro.lemos@ifsp.edu.br .

Benefícios de uma Indicação Geográfica

  • Afirmação da imagem autêntica de um produto;
  • Valorização da Identidade Regional;
  • Diferenciação Competitiva;
  • Ferramenta de reconhecimento nacional e internacional;
  • Facilita a presença e acesso a mercados e parcerias;
  • Melhora o acesso ao mercado através de uma ação coletiva;
  • Educação e Conscientização do Consumidor sobre o produto e suas origens;
  • Estimula a melhoria qualitativa dos produtos;
  • Desenvolvimento Econômico Local e Fortalecimento da Comunidade Local;
  • Preservação Ambiental e Sustentabilidade.
Professor Dr. Alessandro Lemos de Oliveira durante pesquisa nos arquivos do J.J.// Foto: Pedro Beloni

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