No dia 28 de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, divulgou os primeiros resultados do Censo Demográfico de 2022. Com dois anos de atraso, devido a pandemia do COVID-19 e pela falta de recursos orçamentários, os dados preliminares mostraram que a população brasileira cresceu num ritmo abaixo das projeções estimadas que estipulavam um total de 215 milhões de brasileiros. No entanto, o Censo revelou que o Brasil abriga 203.062.512 pessoas, ante aos 190.755.799 milhões que foram apurados em 2010.
Em Jales, o ritmo de crescimento também seguiu a tendência abaixo das estimativas quando se esperava que o número estaria equivalente ou superior a 50 mil habitantes. De acordo com o IBGE, são 48.776 pessoas que habitam os 369 km² jalesenses, ou seja, 1.764 habitantes a mais que em 2010 quando o município abrigava 47.012 habitantes.
Os dados revelam que o crescimento populacional de Jales foi de 3,75% nos últimos 12 anos, praticamente a metade do crescimento nacional que ficou com 6,45% entre 2010 e 2022. Em números absolutos, Jales teve um acréscimo médio modesto de apenas 147 habitantes por ano.
Quando comparado aos números do Censo de 1991, Jales registrou também um aumento modesto no ritmo de crescimento. Isso porque, naquele ano, Jales tinha 45.956 habitantes e a média absoluta de crescimento foi de 90 habitantes por ano nas últimas três décadas. Neste mesmo período entre 1991 e 2022 a taxa de crescimento populacional foi de 6,1%.

Em comparação com as principais cidades da região, Jales ainda permanece com maioria significativa em relação a Santa Fé do Sul, mas bem abaixo de Fernandópolis e Votuporanga.
Santa Fé do Sul conta com 34.794 habitantes, porém seu crescimento é mais acelerado. Em 2010, a estância turística, que tinha 29.239 habitantes, aumentou em 5.555 pessoas – o equivalente a 18,9% entre os Censos.

Já Fernandópolis apurou 71.186 pessoas no último Censo e seu crescimento é acima da média brasileira. Em 2010, o município que tinha 64.696 habitantes, aumentou em 9,1% a sua população entre os Censos.

Votuporanga é a cidade mais populosa dentre as três principais do Eixo Euclides da Cunha no noroeste paulista. São 96.934 pessoas que abrigam o município, ou seja, 12.242 habitantes a mais do que em 2010 quando os votuporanguenses totalizavam 84.692 pessoas – 14,4% a mais no período.

Na Microrregião Geográfica de Jales que abriga 23 municípios, o IBGE contou 159.262 habitantes, sendo que as cidades mais populosas são Jales, Santa Fé do Sul, Urânia e Palmeira d’Oestes. Já as menos populosas são Santa Salete e Dirce Reis.
Curiosidade: Pontalinda e Populina registraram o mesmo número de habitantes:
Município | Habitantes |
Jales | 48.776 |
Santa Fé do Sul | 34.794 |
Palmeira d’Oeste | 8.903 |
Urânia | 8.833 |
Três Fronteiras | 6.804 |
Santa Albertina | 6.393 |
Pontalinda | 4.127 |
Populina | 4.127 |
Aparecida d’Oeste | 4.086 |
Paranapuã | 4.031 |
Rubineia | 3.833 |
Santa Rita d’Oeste | 2.733 |
São Francisco | 2.602 |
Santa Clara d’Oeste | 2.598 |
Dolcinópolis | 2.207 |
Nova Canaã Paulista | 2.032 |
Mesópolis | 1.952 |
Marinópolis | 1.860 |
Aspásia | 1.842 |
Vitória Brasil | 1.794 |
Santana da Ponte Pensa | 1.670 |
Santa Salete | 1.645 |
Dirce Reis | 1.620 |
Total | 159.262 |
O que pode explicar a diferenças entre Jales e as cidades da região
Um dos fatores preliminares que pode explicar as diferenças em números absolutos e percentuais ao comparar Jales com Fernandópolis e Votuporanga é a vocação que cada uma das cidades adquiriu nas últimas décadas.
Enquanto Jales aprimorou o setor de serviços ligados à saúde, Santa Fé do Sul e Fernandópolis optaram por priorizar a educação universitária. Ambos são essenciais para a população, mas os serviços de saúde proporcionam movimentos demográficos intensos, porém é de curto prazo e não fixa os atendentes na cidade. Já as universidades possibilitam fixar os acadêmicos a médio prazo para os estudos e, também, pode absorver a mão de obra qualificada que se formou no município.
No entanto, é importante ressaltar que o crescimento demográfico não é sinônimo de desenvolvimento econômico ou social. O acesso às políticas de educação, saúde e a geração de renda são os principais fatores que mostram o desenvolvimento humano da população de um município. Mas, pode ser um indicador para explicar o crescimento econômico que é um atrativo populacional que gera crescimento populacional.
Prof. Msc. Eduardo Britto
Professor de Geografia graduado pela UNESP. Especialista em Gestão Ambiental pela UFSCAR. Mestre em Ensino de Ciências pela UFMS)
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