Luiz Ramires

Quando se discute questões relacionadas à enfermagem, como agora quando o assunto é o pagamento do piso salarial da categoria, nós decidimos contar a história daquela que foi o maior modelo dessa profissão.
As pessoas que vão à UPA sempre acabam perguntando quem é aquela menina com um cão, colocada bem na frente daquele centro de atendimento médico.
Pouca gente sabe que a escultura feita pelo artista jalesense Nobuo Suzuki é de Florence Nightingale, uma enfermeira inglesa que viveu no século 19, tornando os hospitais mais limpos e reduzindo em mais da metade as mortes causadas por infecções nos mesmos.
Ela nasceu em 12 de maio de 1820, em Florença, na Itália, durante uma viagem de seus pais e morreu em 13 de agosto de 1910 e em toda sua vida, mesmo contrariando seus pais, fez o que acreditava ser um chamado de Deus: foi ser enfermeira, ajudando os pobres e doentes. Estudou na Alemanha e quando voltou à Inglaterra, em um ano já era superintendente do hospital de Middlesex.
Nessa época aconteceu a epidemia de cólera e ela percebeu que poderia reduzir a mortalidade cuidando da higiene do hospital. Na Guerra da Criméia liderou um grupo de 38 enfermeiras para tratar os soldados feridos, contrariando os médicos que não queriam que elas trabalhassem no hospital militar.
Elas levaram suprimentos, alimentação nutritiva e cuidaram da limpeza e saneamento do local, apoiando os feridos e em seis meses a taxa de mortalidade caiu de 40% para 2%. Por levar uma lâmpada para cuidar dos soldados à noite, ficou conhecida como a Dama da Lâmpada. Seu trabalho na guerra fez com que a Rainha Vitória criasse um grupo para melhorar a saúde dos soldados britânicos e suas habilidades com números a tornaram a primeira mulher a integrar a Sociedade Estatística Real.
Em1859 Nightingale publicou o livro Notas Sobre Enfermagem, sobre atendimento nos hospitais, quando foi criado um fundo para ela continuar ensinando as enfermeiras até que em 1860 fosse inaugurada a Escola de Treinamento Nightingale, no Hospital St. Thomas.
Por tudo isso, após sua morte, aos 90 anos, depois de passar vários anos de cama por causa da fibromialgia, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha criou a Medalha Florence Nightingale, concedida a cada dois anos a enfermeiras consideradas excelentes e desde 1965 seu aniversário passou a ser comemorado como o Dia Internacional da Enfermagem, sendo que 12 de maio também é o Dia Mundial da Fibromialgia, por ser considerada também como a primeira mulher a ter essa doença reconhecida.

O escultor jalesense Nobuo Sizuki ao lado de sua obra, quando ainda estava no original, sem ser pintada
Florence Nightingale viveu na Inglaterra destacando a importância da enfermagem para a saúde

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