Eliminado na Copa Sul-Americana e também na Copa do Brasil, a diretoria do Santos se mexeu, demitiu o argentino Fábian Bustos e acertou a chegada do técnico Lisca, com contrato assinado até o final de 2023. Experiente no futebol, o treinador brasileiro recebe a chance de ouro na carreira em um gigante do futebol brasileiro e precisa se provar para ajudar o Santos não passar sustos até o final da temporada.
Em meio às enormes dificuldades financeiras, é inviável para o Peixe contratar jogadores caros e a aposta nos jovens das categorias de base é necessária pensando no presente e no futuro do clube. Diante desse cenário, a aposta em Lisca é muito interessante, já que o técnico trabalhou nas categorias de base do Internacional e está acostumado a dar oportunidades a atletas que estão no início da carreira.
Em contrapartida, a contratação de Lisca tem riscos por conta dos trabalhos do treinador no último ano. Pelo América-MG e o Vasco em 2021, na Série A e na Série B do Campeonato Brasileiro, respectivamente, Lisca não conseguiu engrenar e amargou duas demissões. Em 2022, ficou três semanas no Sport e deixou a equipe pernambucana de forma controversa, logo depois de receber a proposta do Santos.
É nítido que os trabalhos de Lisca no Ceará em 2018 e 2019, além do trabalho no América-MG em 2020, foram fundamentais para credenciar o técnico a ser contratado pelo Alvinegro Praiano e realmente as duas campanhas foram sensacionais. No Ceará, garantiram a permanência do Vovô na Série A, enquanto no Coelho conquistou o acesso do time mineiro para a Primeira Divisão.
Até o momento com apenas uma partida no comando do Santos, o empate por 0 a 0 com o Fortaleza, no estádio Castelão, Lisca precisa de tempo para implementar seu trabalho na Vila Belmiro. O treinador tem qualidade e pode colher resultados positivos no Peixe, mas é necessário paciência para o comandante desenvolver a cada dia jovens com enorme qualidade como Marcos Leonardo, Ângelo, Sandry e Rwan.
A obrigação é o Alvinegro Praiano não correr riscos de rebaixamento no Brasileirão e talvez conquistar uma vaga para a Libertadores. Com paciência e o trabalho do dia a dia, dá para ter uma segunda metade de temporada tranquila e quem sabe terminar o ano com a classificação para a competição continental.

Eduardo Martins
(jalesense, jornalista com formação na PUC-Campinas)

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